Compositor: Angelo Conti
E há aqueles que compram seus diretos com uma promissória
Então, passam a vida assim até o funeral
Num lugar seguro como uma fábrica de veneno
Mas que sorte! Imagina todos os projetos que vamos fazer
São só 8 horas e um pouco de horas extras à noite
E verá que belos presentes vamos comprar no natal
Maternidade, um grande problema para a produção
Nenhuma chantagem vai acontecer se você for a mulher do patrão
E os patrões, de norte a sul são todos iguais
Você só vai encontrar pão e trabalho debaixo de suas botas
E vão se embora, a lua e o sol, e com eles, mais um dia
A vida toda como um escravo, como um animal
Há aqueles que tem uma casa bonita e aquecida
E há aqueles que moram na rua
Há aqueles que compram um vestido por dia
E há aqueles que não tem nínguem em volta
E há aqueles que vão ao banheiro com o celular
E aqueles que não têm dinheiro para comprar um pão
E há aqueles que, todos os dias, repetem: Sim, senhor
E há aqueles que querem se rebelar
E há aqueles que pensam nos condenados da Terra
E esse responderá à guerra com outra guerra
E o minerador que perdeu o sol na mina
E o Vincenzino que saiu do canteiro sem vida
E aqueles que estavam esperando na estação aquele dia
Talvez tenham dado seu sangue por um mundo melhor
E por você que há pagado e porque a injustiça é um direito
E por você que disse não, e estava acorrentado
E, porque aquele que se rebela, será torturado
E, porque aquele que se rebela, será morto
E se a morte tivesse memória
Se lembraria dos vivos que fizeram história por nós na cadeia
E quem está por fora, se esqueceu que nada mudou lá fora
E aqui dentro nada mudou, e tudo seria diferente
E naquele distante 25 de abril, os camaradas não largaram aquele fuzil